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Economista traça os benefícios em optar por compras locais

Rafael Vigna Editado em 10/12/2019

Economista traça os benefícios em optar por compras locais

As relações de consumo e o incentivo ao comércio local, principalmente, nas compras de final de ano estarão, a parir desta quarta-feira, dia 2 de dezembro, no foco das atenções de uma campanha desenvolvida pela Folha de São Borja, Rádios Fronteira FM e Cultura AM, em parceria com a Acisb, a CDL e o Sindilojas. Pode até parecer clichê, mas nem sempre isso acontece. É o que diz o economista, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marcelo Portugal. Figura carimbada nas projeções e análises estratégicas da Fecomércio-RS, ele aponta uma série de fatores que sustentam os benefícios com a manutenção dos recursos em circulação na economia local.

Para o especialista, fatores como a inflação controlada e a taxa de juros em queda podem turbinar as expectativas para o período. Nas palavras do próprio economista, entretanto, “é importante que, não só o consumidor de São Borja dê prioridade ao comércio local, para fazer a economia girar e a cidade crescer, mas também que o lojista de São Borja dê condições para que isso aconteça”. Trata-se, portanto, de uma via de mão dupla em que todos saem ganhando.


“É lógico que a pessoa, individualmente, pode pensar em um nível ou outro realizar suas compras fora da sua área de residência. No entanto, isso invariavelmente gera um efeito macroeconômico ruim. É sempre bom e indicado fazer a economia local girar. É preciso fazer o dinheiro circular pelo comércio, pela indústria, pelos bancos da própria cidade. Isso acaba fazendo bem, não apenas para uma pessoa, mas para o grupo e a coletividade como um todo”, ressalta.


Neste contexto, o primeiro teste de fogo aconteceu no final de semana passado, com a Black Friday. A data, muito tradicional nos Estados Unidos, vem ganhado corpo no Brasil. Por aqui, nasceu associada às promoções relâmpagos no e-commerce, mas, agora, chega com força no varejo tradicional. Isso tem feito com que muitas pessoas antecipem suas compras de olho nas melhores condições de pagamento. “O incentivo é para que os lojistas locais realizem as mesmas promoções. Este evento da Black Friday é de certo modo caracterizado pelas condições encontradas na Internet. Mas nas compras on-line, sempre existe certo risco na entrega, de comprar algo pela ‘metade do dobro’. Quando você opta pelo comércio local, existe muito mais confiança envolvida. Você sabe o preço. Tem uma lógica muito maior. Em primeiro lugar, você sabe que vai receber aquilo que comprou e ao ter mais familiaridade com o preço, você também sabe quando trata-se de um desconto favorável que está sendo oferecido ou não”, revela.


Por isso, a dica, afirma Portugal, é passar a encarar a data como uma prévia, ou um parcelamento, do potencial de vendas, antes concentrado apenas no Natal. “Este é um momento propício para ir às compras. Temos a Black Friday, depois virá o Natal. Passamos por um período em que a inflação, aqui no Brasil, caminha de forma muito controlada, com algumas exceções. Mas, de maneira geral, as taxas de juros também vem caindo, deixando o crédito relativamente mais fácil. As condições estão favoráveis para que tenhamos um Natal positivo”, comenta.


Nos empregos temporários, bastante comuns neste momento do ano, o cenário também é favorável. Até porque a recente flexibilização da legislação trabalhista melhorou muito as condições contratuais. Em síntese, são menos regras para muito mais oportunidades.  Na avaliação do economista Marcelo Portugal, este efeito pode ajudar a alavancar um pouco os índices de emprego, pois é possível que a vaga sazonal transforme-se em efetiva. Também deve auxiliar no volume de vendas, pois o funcionário contratado temporariamente acaba comprando no comércio e gerando receitas dentro de um ciclo virtuoso que sempre é bem-vindo para a economia local.


Outro fator que pode fazer a diferença é a valorização no agronegócio. Do lado de cá do balcão, o preço da carne tem assustado os consumidores. Mas, olhando para frente, o cenário pode ser positivo, em especial, na Fronteira Oeste, por conta do bom momento na pecuária. O preço da arroba de boi (15kg), teve alta de 34% em um mês e já supera a marca de R$ 225,00, segundo o indicador ESALQ do CPEA/USP. Na prática, essa alta vai injetar um volume de renda substancial na economia local.


Para o economista Marcelo Portugal, São Borja deve ser particularmente beneficiada, não apenas no que se refere aos pecuaristas, mas também com o efeito cascata verificado nas demais pontas da cadeia produtiva. “O churrasco fica muito mais caro, mas a economia local será beneficiada, o produtor, quem transporta, quem atua em frigorífico. Enfim, todo mundo acaba mordendo um pedacinho”, comenta.           

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